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quinta-feira, 5 de julho de 2012


Encontrados vestígios de álcool na composição da Coca-Cola e da Pepsi

Por Catarina Falcão, publicado em 5 Jul 2012 - 12:45 | Actualizado há 4 horas 50 minutos
Marcas comercializam na Europa colas com o E150d, edulcorante proibido nos EUA por questões de saúde

A revista francesa “60 Millions de Consommateurs” analisou 19 marcas de
refrigerantes de cola e descobriu a existência de álcool na Coca-Cola e na Pepsi.
Mas esta não foi a única descoberta. Além de vestígios de canela, noz-moscada e
citrinos, que podem causar alergias a muitas pessoas, a análise, processada pelo
Instituto Nacional de Consumo em Paris, detectou ácido fosfórico e edulcorante
E150d (caramelo de sulfito amónico).
Apesar de a quantidade de álcool encontrada ser diminuta – menos de 10 mg
de etanol por litro –, pode causar problemas em alguns consumidores habituais,
como crianças, adolescentes, condutores que consomem a bebida por conter cafeína
e ainda praticantes de religiões que proíbem o álcool. As duas bebidas já reafirmaram
que os seus refrigerantes contêm originalmente álcool na sua composição e os vestígios
encontrados podem advir da fermentação de fruta natural das suas receitas.
Já o E150d, que vem anunciado nas latas e nas garrafas, foi banido da fórmula dos
refrigerantes comercializados nos Estados Unidos, por ser considerado perigoso
para a saúde, mas continua a integrar as bebidas vendidas na Europa.
Em Portugal, este aditivo já foi classificado pela DECO como duvidoso e susceptível
de provocar reacções alérgicas ou hipersensibilidade.
Michel Pepin, director da Coca-Cola em França, defendeu já que a marca está
corretamente classificada como refrigerante e até está autorizada a ser consumida
por muçulmanos pelo Comité da Mesquita de Paris. De acordo com a “60 Millions de
Consommateurs”, em França, por ano, são consumidos 4 mil milhões de litros de
refrigerantes, apesar de algumas das receitas não serem conhecidas.
O SEGREDO É A ALMA DO NEGÓCIO A Coca-Cola mantém a sua fórmula
secreta, embora circulem na internet possíveis receitas. Esta fórmula é tão cobiçada
que já serviu de garantia a Ernest Woodruff e a um grupo de investidores que compraram
a empresa em 1919. Woodruff entregou a receita ao Guaranty Bank, em Nova Iorque,
como colateral, até conseguir pagar o empréstimo contraído junto desse banco. A receita
permaneceu num cofre até 1925, ano em que o empréstimo foi pago.
Foi a única vez que a receita foi escrita em papel, já que John S. Pemberton, o inventor
da Coca-Cola, nunca o quis fazer. O papel com a receita foi então transferido para outro
cofre, no Trust Company Bank, em Atlanta, e retirado de lá apenas em 2009, quando a
Coca-Cola criou um cofre de alta tecnologia no seu museu, para guardar a fórmula secreta.

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